Universidades Públicas da Flórida Substituem Sociologia por Curso de História dos Estados Unidos no Currículo Básico
A mudança demonstra um "mal entendido da sociologia como uma disciplina ilegítima impulsionada pela ideologia 'woke'", afirmou a Associação Americana de Sociologia.
Estudantes das 12 universidades públicas da Flórida terão a opção de cursar uma disciplina de história americana em vez de sociologia como parte do currículo básico de educação geral, anunciou na quarta-feira o conselho de governadores do sistema universitário estadual.
Isso segue uma medida semelhante tomada na semana passada pelo Conselho de Educação da Flórida, que proibiu o uso de fundos públicos para programas de diversidade, equidade e inclusão em todas as 28 faculdades estaduais da Flórida, em mais um esforço aparente do estado liderado pelos republicanos para restringir a educação.
O curso de Princípios de Sociologia, que os estudantes anteriormente podiam fazer para cumprir o requisito de ciências sociais do currículo básico, será substituído por uma Pesquisa Introdutória até 1877. A nova opção oferece "um relato historicamente preciso da fundação da América, os horrores da escravidão, a Guerra Civil resultante e a era da Reconstrução", afirmou o conselho de governadores em um comunicado de imprensa.
O Chanceler Ray Rodrigues disse que estava "orgulhoso" da decisão, acrescentando que espera que a mudança tenha um "impacto positivo" nos estudantes.
"Os estudantes da Flórida do nosso Sistema Universitário Estadual terão a oportunidade de aprender sobre a criação e desenvolvimento da nossa nação como parte das opções de cursos obrigatórios", disse Rodrigues.
Três membros do conselho de governadores votaram contra a mudança, incluindo Ashley Bell Barnett, que afirmou que há valor em estudar "a história de alguns dos diversos movimentos, e o marxismo e tudo isso são importantes para analisar a sociedade atualmente."
"Há uma diferença entre exposição e doutrinação na forma como as crenças nos cursos de sociologia são ensinadas", disse ela, de acordo com o Tampa Bay Times.
Enquanto isso, a decisão da diretoria de educação na semana passada foi unânime.
"A Sociologia foi sequestrada por ativistas de esquerda e não serve mais ao seu propósito original como um curso de conhecimento geral para estudantes", escreveu Manny Díaz Jr., comissário de educação da Flórida, no mês passado nas redes sociais.
Sob a liderança do Governador Ron DeSantis (R), "o sistema de ensino superior da Flórida se concentrará em preparar os estudantes para empregos de alta demanda e alto salário, e não em ideologias despertas", acrescentou Díaz.
A Associação Americana de Sociologia afirmou estar "indignada" com o anúncio de quarta-feira, destacando a falta de evidências que respaldem essa decisão.
"Essa decisão parece estar vindo não de uma perspectiva informada, mas sim de uma compreensão equivocada da sociologia como uma disciplina ilegítima impulsionada por ideologia 'radical' e 'acordada'", afirmou a associação profissional em comunicado compartilhado com a PrimeiraMídia.
"Por outro lado, a sociologia é o estudo científico da vida social, das mudanças sociais e das causas e consequências sociais do comportamento humano, que estão no cerne da alfabetização cívica e são essenciais para uma ampla gama de carreiras", acrescentou.
A Flórida é o lar do segundo maior sistema de universidades públicas do país, com mais de 430.000 estudantes.